sábado, 26 de março de 2011

Separação que mata

Decidi postar uma historia meio macabra, vamos lá ..

Quando nada mais importa, descobrimos o valor que damos a cada coisa, o sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância, que teima em voltar cada vez mais nítida. Pensei que o branco trazia paz, mas entre quatro paredes ele tortura.
Eu e meus dois irmãos sempre tivemos tudo, desde um jardim para brincar até viagens para a Europa. A convivência com eles me levou a ser mais moleca, brincar de bola e ver nossos tão adorados filmes de terror, que na época não imaginei que viriam a ser tão reais.
Meus pais de davam muito bem, era difícil acreditar que eles estavam se separando, muito menos que eles não se amavam. Fiquei tão conturbada com a notícia que só pensava naqueles filmes, então decidi viajar para algum lugar bonito, tranqüilo para esses pensamentos fugirem da minha cabeça, mas me enganei, eles só cresciam e cada vez tomavam mais conta de mim.
Viajar foi o maior erro da minha vida, pois lá descobri um prazer horrível, que me estremece só de pensar. Matei sentimentos, matei vidas, matei histórias. Fazer essas coisas me aliviava.
Sempre que voltava para casa tudo era normal, minhas atitudes, meus desejos, tudo sem culpa nenhuma. Aquilo não me dominava mais, meus prazeres me ensinaram a controlá-lo.
Agora não sei porque estou amarrada nesse quarto branco que me enlouquece. Me disseram que matei minha mãe.